terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Então por que eu deveria?"




Ele: Você me perdoa?
Ela: Você se perdoaria?
Ele: Não.
Ela: Então por que eu deveria?
Ele: Porque você é melhor do que eu.
Ela: Não sei se posso ser tão melhor assim. Por que você gosta de mim? Se é que você gosta...
Ele: O que te faz pensar que eu não gostaria?
Ela: Quem gosta cuida. Você só sabe me machucar.
Ele: Eu sou um idiota.
Ela: Eu sei disso.
Ele: Você quer saber por que eu gosto de você? Porque voce é minha unica chance de melhorar, porque eu sinto que sou alguém melhor quando estou com você.
Ela: Você ao menos me conhece? Sabe minha música favorita? Sabe meu filme favorito? Minha comida favorita? Você sabe alguma coisa sobre mim?
Ele: Não...
Ela: Como você gosta de alguém que não conhece?
Ele: Eu posso não saber sua música, filme, ou comida favoritos, mas eu sei como você adora olhar pro céu, e como você fica encantada com a lua. Sei que você tampa a boca quando sorri porque odeia o jeito escandaloso que você abre a boca, e isso torna o seu sorriso a coisa mais meiga que eu já vi. Eu sei como você finje não sentir ciumes, só pra ver minha atitude. Sei como você diz tudo no olhar, como você adora assistir desenhos de manhã mesmo que isso te pareça infantil, e sei que odeia ser contrariada. Eu sei que você é romântica, mas odeia os romances infantis da TV. Sei que ouve todas as palavras do mundo e não se emociona, mas basta ouví-las em uma música e começa a chorar. Enfim, eu não me preocupo em saber coisas banais sobre você, eu me preocupo em enxergar coisas nas quais ninguém pensa em ver. Eu te amo, pelas pequenas coisas que existem em você.



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Is need

Tudo tem um motivo, um porque. Tudo tem um inicio e um fim.
Estávamos sentados, um em cada ponta da cama. Um silencio que não era normal. No momento tudo passava pela cabeça, menos o fato de chegar mais perto e falar. Falar baixinho. Isso tinha um motivo, mas acho que já fazia uns 10 minutos que estávamos ali parados e nem lembrávamos mais o que havia feito nós ficarmos daquele jeito. 


Já tínhamos passado por todas as fases de uma briga, o motivo, a ironia, o tom de voz ultrapassado, os tapas e agora o silencio, o orgulho, a espera.


Eu pensava "Eu espero. Eu sei que ele vem. Eu sei que vai ficar tudo bem." Era a emoção, mas minha racionalidade dizia para eu ir até ele e ainda sim o meu orgulho não deixava. 
Então, uma voz bem baixa me disse "Acabou?" Não era o que eu queria ouvir, mais era o começo. Acabou. Depois disso, a frieza tomou conta, era o que separava nós dois. Perguntas sem virgulas, respostas na ponta da língua e com um ponto final enorme. Ainda não acabou.
Saímos do ambiente, que não era propicio para aquela frieza toda. Logo depois me vi sentada novamente e ele de pé, mais longe. Os olhos não batiam de frente, só de canto. 


Já ouviram falar no filme "Alguém tem que ceder" ? Eu amo este filme, mas não vem ao caso.


Só que, realmente, alguém tinha que ceder naquela hora. Eu queria me levantar, mas a indecisão trancava as minhas pernas. Os outros sentidos estavam aflorados, respirava forte, mordia os lábios, apertava as mãos, estalava os dedos, piscava os olhos constantemente, mexia no cabelo. Acho que tudo era pra chamar atenção. Não ia adiantar. Até que pensei: Joga fora esse orgulho de uma vez e mexa-se. 
É estranho... Eu sou absolutamente estranha! Não sei o que eu estava esperando. Acho que estava esperando minhas pernas tomarem uma atitude no lugar da minha cabeça. 


(Que idiota!) 


Ele era incrível, sabia o que queria, era admirável, me deixava confusa e fugia das minhas regras, era por isso. Nunca imaginei que ia estar sentada em uma cadeira não conseguindo levantar e ceder algo. Mas eu ia fazer isso, calma. 
Nisso já tinha se passado mais 10 minutos. E mais uma vez, de repente, eu me vi levantando, eu estava sorrindo um pouco, indo em direção a ele e abraçando-o. Eu estava abraçando ele. Provavelmente eu sou uma idiota, ainda não descobri, mas é bem provável.
Bom, o silencio permaneceu e era melhor daquele jeito. Eu gostava disso vezenquando, do silencio. Mas nós sempre fomos retardados, sempre rindo e falando bobagem, sempre falando, a não ser depois desses episódios.


Eu fico desesperada com isso, por que afinal nós nos gostamos, mas como diz Caio Fernando Abreu (Que nunca deixo de cita-lo) "Acalma esse coração, pequena, que desespero nunca resolveu problema"


Eu sei que as coisas sempre vão se resolver, que as brigas sempre vão ter um fim, que alguém sempre vai ter que ceder. Sei que nessas horas o orgulho vai ter que ser deixado de lado e que a razão terá que passar por cima da emoção. Tenho certeza que 10 ou 20 minutos de falatório seguido de silencio vão se compensar depois. Por que é assim, tudo tem um motivo, um inicio e um fim. 




Postado porThalissa Bucalo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Olhos de garoa

São tão profundos os teus olhos

Inflacionados de amor

Duas lagoas bonitas

Onde duas luas benditas

Derramaram luz e cor

Para confundir meus sentidos

Coração - barco perdido

Tentando vencer as ondas

Na tempestade que ronda

Meu coração sonhador.

Ah! Estes olhos de garoa

Que qualquer lembrança à toa

Já umedece a vidraça,

E quando por mim tu passas

Fingindo que não me vê,

Baixo a cortina dos olhos

E finjo não te querer.

Ah! Se eu pudesse prender

Teu olhar dentro do meu,

E fingir que não percebo

Que finges que me esqueceu.

Quisera parar o tempo

Quando me olhas sem jeito

Com jeito de me abraçar,

Com jeito de quem implora

Dizendo que vai embora

Mas pedindo pra ficar.

Estes olhos caborteiros

Me olhando assim disfarçados

Deixam os meus petrificados

Como se um gesto qualquer

Mudasse o tempo e o espaço

Então, me perco no abraço

Que perdi sem nunca ter

Como quem chora sorrindo

Como quem jura mentindo

Eu juro que te esqueci

Tentando encontrar um jeito

De mergulhar em teu peito

E me encontrar dentro de ti.

A calidez dos teus olhos

Como remanso de açudes

Entaipados de ternura,

Azulados de aguapés,

Como bandeiras de paz,

Drapejando no infinito

E em teu sorriso bonito

Reflete o anjo que és.

Teus olhos são meus pecados

Meu crime sem redenção

O silêncio do meu sacrário:

Duas cruzes do meu calvário,

Duas contas do meu rosário,

Minha sublime prisão,

Minha lúcida loucura,

Meu abrigo e solidão.

Meu olhar abraça o mundo

Mas se perde num segundo

Na busca de se encontrar,

Neste amor que é tudo e nada,

É como a luz da alvorada

Varrendo as nuvens cinzentas

Para abrandar as tormentas

Nos recôncavos da alma.

É na taça destes teus olhos

Que meu olhar se embriaga,

E ao mundo inteiro propaga

O tudo, que nada tem,

Para onde vai, de onde vem

Pois nada disso interessa.

É o tempo prendendo a pressa

Perdido dentro do tempo

Quando uns olhos desatentos

Se entregam por sentimentos

É como uma eternidade

Vivida num só momento.

Teus olhos tão adoráveis,

Rudes, ternos, afáveis

Mais lindos nunca encontrei,,

Nos sonhos que acalentei,

Em sonoros madrigais,

São as notas musicais

Da valsa que não dancei!

Teus olhos são passaporte

Para ir de sul a norte

Alando meu coração

É beijar a lua no espaço

É ter o mundo nos braços

Sem tirar os pés do chão!

De Jurema Chaves, postado por:Patrícia Fernanda