quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Is need

Tudo tem um motivo, um porque. Tudo tem um inicio e um fim.
Estávamos sentados, um em cada ponta da cama. Um silencio que não era normal. No momento tudo passava pela cabeça, menos o fato de chegar mais perto e falar. Falar baixinho. Isso tinha um motivo, mas acho que já fazia uns 10 minutos que estávamos ali parados e nem lembrávamos mais o que havia feito nós ficarmos daquele jeito. 


Já tínhamos passado por todas as fases de uma briga, o motivo, a ironia, o tom de voz ultrapassado, os tapas e agora o silencio, o orgulho, a espera.


Eu pensava "Eu espero. Eu sei que ele vem. Eu sei que vai ficar tudo bem." Era a emoção, mas minha racionalidade dizia para eu ir até ele e ainda sim o meu orgulho não deixava. 
Então, uma voz bem baixa me disse "Acabou?" Não era o que eu queria ouvir, mais era o começo. Acabou. Depois disso, a frieza tomou conta, era o que separava nós dois. Perguntas sem virgulas, respostas na ponta da língua e com um ponto final enorme. Ainda não acabou.
Saímos do ambiente, que não era propicio para aquela frieza toda. Logo depois me vi sentada novamente e ele de pé, mais longe. Os olhos não batiam de frente, só de canto. 


Já ouviram falar no filme "Alguém tem que ceder" ? Eu amo este filme, mas não vem ao caso.


Só que, realmente, alguém tinha que ceder naquela hora. Eu queria me levantar, mas a indecisão trancava as minhas pernas. Os outros sentidos estavam aflorados, respirava forte, mordia os lábios, apertava as mãos, estalava os dedos, piscava os olhos constantemente, mexia no cabelo. Acho que tudo era pra chamar atenção. Não ia adiantar. Até que pensei: Joga fora esse orgulho de uma vez e mexa-se. 
É estranho... Eu sou absolutamente estranha! Não sei o que eu estava esperando. Acho que estava esperando minhas pernas tomarem uma atitude no lugar da minha cabeça. 


(Que idiota!) 


Ele era incrível, sabia o que queria, era admirável, me deixava confusa e fugia das minhas regras, era por isso. Nunca imaginei que ia estar sentada em uma cadeira não conseguindo levantar e ceder algo. Mas eu ia fazer isso, calma. 
Nisso já tinha se passado mais 10 minutos. E mais uma vez, de repente, eu me vi levantando, eu estava sorrindo um pouco, indo em direção a ele e abraçando-o. Eu estava abraçando ele. Provavelmente eu sou uma idiota, ainda não descobri, mas é bem provável.
Bom, o silencio permaneceu e era melhor daquele jeito. Eu gostava disso vezenquando, do silencio. Mas nós sempre fomos retardados, sempre rindo e falando bobagem, sempre falando, a não ser depois desses episódios.


Eu fico desesperada com isso, por que afinal nós nos gostamos, mas como diz Caio Fernando Abreu (Que nunca deixo de cita-lo) "Acalma esse coração, pequena, que desespero nunca resolveu problema"


Eu sei que as coisas sempre vão se resolver, que as brigas sempre vão ter um fim, que alguém sempre vai ter que ceder. Sei que nessas horas o orgulho vai ter que ser deixado de lado e que a razão terá que passar por cima da emoção. Tenho certeza que 10 ou 20 minutos de falatório seguido de silencio vão se compensar depois. Por que é assim, tudo tem um motivo, um inicio e um fim. 




Postado porThalissa Bucalo

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